Descompasso Acelerado
terça-feira, 16 de maio de 2017
sexta-feira, 27 de janeiro de 2017
Rita
Rita
Bonita
Transita
Infinita
Com laço
De fita...
Por vezes
Aflita
Rita
Incita
Birita
Amanita
Desfila
Catita
Seu laço
De fita...
Rita
Pepita
Recebeu
Convite
De um
Moscovita
Que em
Visita
Fumou
Um maço e
Beijou-lhe
O laço
De fita...
Rita
Bendita
Aflita
Infinita
Pita
Com o
Pai
Ama o
Uruguai
E não
Sabe se
Vai...
Ou se
Fita...
terça-feira, 24 de janeiro de 2017
quarta-feira, 4 de janeiro de 2017
O Sol que Cega e Nutre
Há fome de fantasia no olhar
Que saturno anunciou como meteoro
A cruzar como luz a invernal atmosfera
Pulveriza-me as moléculas de existência
Tão solar...
Tão solar...
Vestindo a poeira estrelar da contemporaneidade
Que saturno anunciou como meteoro
A cruzar como luz a invernal atmosfera
Pulveriza-me as moléculas de existência
Tão solar...
Tão solar...
Vestindo a poeira estrelar da contemporaneidade
terça-feira, 3 de janeiro de 2017
Morte no Centro I
Aos olhos, o vigário
Caixão, população
Bandeira do Fogão
Retirada do armário
"Renan! Renan!
Não é reservado a ti o amanhã!
Comeste tuas frutas favoritas?
Escreveste as frases bonitas?
Não lhe cabe pensar
Pois tempo mais não há!"
Junto às palavras de morte, meu calvário
Ventania do fim do fogo que me arde
Voa-voa folha, saco plástico, vaidade
Como é bela a tarde na Rua do Rosário...
Caixão, população
Bandeira do Fogão
Retirada do armário
"Renan! Renan!
Não é reservado a ti o amanhã!
Comeste tuas frutas favoritas?
Escreveste as frases bonitas?
Não lhe cabe pensar
Pois tempo mais não há!"
Junto às palavras de morte, meu calvário
Ventania do fim do fogo que me arde
Voa-voa folha, saco plástico, vaidade
Como é bela a tarde na Rua do Rosário...
domingo, 23 de outubro de 2016
As Saias
Rode saia
E não saia
Pela tangente
E não saia
Pela tangente
Tanta gente
Que se anda, se roda
Que se roda, ciranda...
Tanto encanto nessa baia
Que há separatismo na Grécia
Pedindo que Rodes saia
Saia no chão
Saia no ar
Saia nos meninos do Pedro II
Era tanta saia rodando
Que julgaram, não por mal
Ser apresentação oficial
Quando só estávamos
Ensaiando
Que há separatismo na Grécia
Pedindo que Rodes saia
Saia no chão
Saia no ar
Saia nos meninos do Pedro II
Era tanta saia rodando
Que julgaram, não por mal
Ser apresentação oficial
Quando só estávamos
Ensaiando
segunda-feira, 22 de agosto de 2016
Terceira Filha de Nilton
Encosto-te a mão
Penetra-me a alma
Pela ação e reação
Sabes tu,
Terceira filha de Nilton
Sentes a indecência
Que transforma meu quarto interno
Quando emanas nua em voz tua
"Aprovei a ti..."
E aproveita-te... Aproveita-te...
Me gemes, me gemes, sirenes
Anunciando a orquestra sinfônica
Me tremes, me tremes, saio de maca
Em portões fechados me faz um gol de placa
(tectônica)
domingo, 21 de agosto de 2016
Tu, Balão de Capadócia
Voaste tu
Como costumara voar
Tua saia...
Teus dias...
Tua alma...
Levaste
O parnasiano
À sombra,
Ao vento
Restei-me
Romântico
Recitando
Um cântico
Por um Atlântico
De sofrimento
Como costumara voar
Tua saia...
Teus dias...
Tua alma...
Levaste
O parnasiano
À sombra,
Ao vento
Restei-me
Romântico
Recitando
Um cântico
Por um Atlântico
De sofrimento
segunda-feira, 20 de julho de 2015
[O Dia de Hoje Não Se Repetirá]
[O dia de hoje não se repetirá]
As trombetas que anunciam o sol
Terão amanhã outro timbre
O sabor da gorda manga que escorre
O suco da terra
O abraço da mãe
O ranger dos armários
Dará voz a outras poeiras
[O dia de hoje não se repetirá]
Todo sonho é hoje
Ainda que na expectativa do ontem
Ainda que na saudade do amanhã
As plantas não tem ápice nas flores
As plantas tem ápice desda semente
[O dia de hoje não se repetirá]
Como amas teus amores
Se os tratas em contínuo
E nunca em encontros...
Amar é desconstruir reconstruções
Cada amar é tão seu
Cada bem é um novo cuidado
Cada minuto é tão escasso de hora
Nada pede o que se implora
[O dia de hoje não se repetirá]
Um terço no colchão
Mais é menos
Tempo de encontros...
Tempo de sabores...
Tempo de sabedorias...
Vista-se de existência
Após escovar os dentes
[O dia de hoje não se repetirá]
De arrependimento não se vive
Sabia do mantra, o Batista
Todo jornal é um novo hoje
Viste? Amanhã não existe
Nem pro sonho, nem pra louça
[O dia de hoje não se repetirá]
Os inícios dos rios são renascentes
Cada cuidado é um novo bem
Os rios não olham para trás
Nem os efemerópteros
Que tem por hoje a vida inteira
[O dia de hoje não se repetirá]
As trombetas que anunciam o sol
Terão amanhã outro timbre
O sabor da gorda manga que escorre
O suco da terra
O abraço da mãe
O ranger dos armários
Dará voz a outras poeiras
[O dia de hoje não se repetirá]
Todo sonho é hoje
Ainda que na expectativa do ontem
Ainda que na saudade do amanhã
As plantas não tem ápice nas flores
As plantas tem ápice desda semente
[O dia de hoje não se repetirá]
Como amas teus amores
Se os tratas em contínuo
E nunca em encontros...
Amar é desconstruir reconstruções
Cada amar é tão seu
Cada bem é um novo cuidado
Cada minuto é tão escasso de hora
Nada pede o que se implora
[O dia de hoje não se repetirá]
Um terço no colchão
Mais é menos
Tempo de encontros...
Tempo de sabores...
Tempo de sabedorias...
Vista-se de existência
Após escovar os dentes
[O dia de hoje não se repetirá]
De arrependimento não se vive
Sabia do mantra, o Batista
Todo jornal é um novo hoje
Viste? Amanhã não existe
Nem pro sonho, nem pra louça
[O dia de hoje não se repetirá]
Os inícios dos rios são renascentes
Cada cuidado é um novo bem
Os rios não olham para trás
Nem os efemerópteros
Que tem por hoje a vida inteira
[O dia de hoje não se repetirá]
![]() |
© michael nichols - efemerópteros no rio tisza |
sábado, 21 de março de 2015
Arquitetura da Utilidade
Tempo agride-me
Martela-me, atordoa-me
Rebela-se o cio criativo
No que a retina destoa
Das feições tramadas à urbe
Concretas caretices [duras]d'ouras
Que ainda desfalecidas
Envaidecidas de funcionalidade
Conduzem-me pelas veias de sangue cinza
Aos rumos de uma atroz cidade
Martela-me, atordoa-me
Rebela-se o cio criativo
No que a retina destoa
Das feições tramadas à urbe
Concretas caretices [duras]d'ouras
Que ainda desfalecidas
Envaidecidas de funcionalidade
Conduzem-me pelas veias de sangue cinza
Aos rumos de uma atroz cidade
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
Saravá, Anastácia
[À meia-noite de sua noite de fuga, o jovem nagô levanta como fagulha de fogueira do pisador de terra batida e vai até a negra mais idosa da senzala entoando entreboca um canto-súplica, que todos aqueles que pingaram sangue ao solo conseguiam ouvir dentro de seus corações...]
Preta Velha, Preta Velha
Mãe de luz, força lúcida
Preta Velha, Preta Velha
Velha Preta, vou-me em fuga:
Preta Velha, Preta Velha
Esta noite vou-me embora
Vou-me pela mata adentro
Com o pensamento na senhora
Preta Velha, Preta Velha
Ouça este forte yorubá
Alimentarão-me ancestrais
À sombra d'um jacarandá
Preta Velha, Preta Velha
Antes a fome em liberdade
Me navega o cheiro da morte
Desde o navio da perversidade
Preta Velha, Preta Velha
Trouxe pedrinha da Luanda
Que me apego, quando preguiçoso
Consequente ao pito da liamba
Preta Velha, Preta Velha
Que a lua reza tácita
Me benze com tuas lágrimas
De saudade de Mãe África
Preta Velha, Preta Velha
Reze pois com muito empenho
Pra tu não vires chibata
E nem eu senhor de engenho
Preta Velha, Preta Velha
Entrego-me ao vento, sou mais um
Guiará-me Obatalá
Filho primeiro de Olorun
Preta Velha, Preta Velha
Mãe de luz, força lúcida
Preta Velha, Preta Velha
Velha Preta, vou-me em fuga:
Preta Velha, Preta Velha
Esta noite vou-me embora
Vou-me pela mata adentro
Com o pensamento na senhora
Preta Velha, Preta Velha
Ouça este forte yorubá
Alimentarão-me ancestrais
À sombra d'um jacarandá
Preta Velha, Preta Velha
Antes a fome em liberdade
Me navega o cheiro da morte
Desde o navio da perversidade
Preta Velha, Preta Velha
Trouxe pedrinha da Luanda
Que me apego, quando preguiçoso
Consequente ao pito da liamba
Preta Velha, Preta Velha
Que a lua reza tácita
Me benze com tuas lágrimas
De saudade de Mãe África
Preta Velha, Preta Velha
Reze pois com muito empenho
Pra tu não vires chibata
E nem eu senhor de engenho
Preta Velha, Preta Velha
Entrego-me ao vento, sou mais um
Guiará-me Obatalá
Filho primeiro de Olorun
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
Versos de Ventana
pique-escondeu-te
rumando às casas feias
lua dos tristonhos
aventurei a buscar-te
para ceia
que me negas
por cheia
de meus assistidos
sonhos
rumando às casas feias
lua dos tristonhos
aventurei a buscar-te
para ceia
que me negas
por cheia
de meus assistidos
sonhos
terça-feira, 14 de outubro de 2014
Poema do Dia Seguinte
Quando eu morrer
Me impactarão
Palavras de diversos calibres
Me beijarão os dias
Livres
Do pesar de minhas lutas
Quando eu morrer
Não cantarão os passarinhos
Haverá um concertinho
De meninos iluminados
Que libertaram os passarinhos
Para cantar longe
Quando eu morrer
Um partideiro fará silêncio
De dois minutos
Um tamborim chorará
Saudade
Luto
De tanto que eu dava no couro
Quando eu morrer
Deixarei dois bilhetes de amor
Um de amargura
Deixarei candura aos amigos
Aos inimigos,
Meus livros favoritos
Quando eu morrer
Levarei comigo meus pecados
Meus pecados de pureza
Meus ingênuos pecados inofensivos
Meus pecados de afeto
Carimbados em mim, feto
Antes mesmo da luz conhecer
Quando eu morrer
Viverei por novenas
Em córneas,
Rins
E empoeirados poemas
Me impactarão
Palavras de diversos calibres
Me beijarão os dias
Livres
Do pesar de minhas lutas
Quando eu morrer
Não cantarão os passarinhos
Haverá um concertinho
De meninos iluminados
Que libertaram os passarinhos
Para cantar longe
Quando eu morrer
Um partideiro fará silêncio
De dois minutos
Um tamborim chorará
Saudade
Luto
De tanto que eu dava no couro
Quando eu morrer
Deixarei dois bilhetes de amor
Um de amargura
Deixarei candura aos amigos
Aos inimigos,
Meus livros favoritos
Quando eu morrer
Levarei comigo meus pecados
Meus pecados de pureza
Meus ingênuos pecados inofensivos
Meus pecados de afeto
Carimbados em mim, feto
Antes mesmo da luz conhecer
Quando eu morrer
Viverei por novenas
Em córneas,
Rins
E empoeirados poemas
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