quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Confortável Purgatório

Na tempestade de outrora
Minha alma pairou
No relógio-qualquer-hora
Que o vento-leste levou

Apetite atravessado
Que rejeita e quer
Se vira do modo que der
Mundano, desvairado

Intrínseco gosto-café
Do querer abastado
Prometo durar até
Desalentar-se, ser fardo

Importuna à santa rosa
Que exponha em curto verso
A ambição que confesso
Cobiçar em excesso-prosa

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Caloríficos

E nas noites frias
Eu a mantinha
Agarradinha
Quentinha
Embaixo
Bem de baixo
Da minha mantinha

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Poeminha de Verão

Braços
De afeto farto
Cabelos
De afável olfato
Derreto-me
Estúpido fato
E morro
Estupefato

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Os Mendigos

Eles se entrelaçavam
E olhavam-se nos olhos ternamente
Compartilhavam proteção
Deitados na calçada
De uma ladeira, das muitas
Que pulei carnaval em Santa Teresa

Uns julgariam seus sexos
Outros, suas idades
Ainda, quantos níqueis carregavam
Apenas me importei com a capacidade
De amar, proteger, ignorar
A multidão

E na responsabilidade sustentada
Pelo véu de freira à cabeça
Eu os abençoava,
Como se fosse santo