sábado, 11 de dezembro de 2010

Penso que tenho um certo gosto pelas dores mais lentas.

Há em mim um corte, profundo, inquietante, incurável. Nunca sei ao certo seu comprimento, doze ou catorze centímetros. Ponto. Digo, pontos, tentam manter-lhe fechado. E toda vez que chega próximo da cicatrização, eu, com faca em mãos, mantenho viva sua existência. Cada vez que ele se abre, fica pior. Mantenho-lhe vivo em bilhetes e palavras, em indiferenças e fingimentos, em noites e silêncios, em lemes e velas.

Um comentário: