terça-feira, 20 de março de 2012

O Mundo Anda Tão Complicado

Entro com um sorriso. Há nele algo. Algo que ressalta uma beleza que, até então, era nova pra mim.

No lado externo, uma garoa insistia em cair. O que fez ele reparar nas minhas meias molhadas e, apesar da diferença no tamanho dos nossos pés, procurar um par de meias que em mim coubesse. Sabia que eu adorava ficar de meias.

Chegamos há pouco da sessão das dez e, como de costume, eu não tinha que me preocupar com o horário que iria despertar. O que era bom, porque a bateria do meu celular iria me deixar na mão, como sempre.

Ainda está em processo de mudança para este local, mas acredito que, apesar do fogão, geladeira, cama, aparelho de som e televisão que havia carregado para o novo apartamento, a maior mudança em sua vida que aqui se encontra é, de fato, eu.

Apesar de não morarmos juntos, tenho a chave. Nunca me foi útil, pois nunca entrei sem ele estar. Faço esse tipo meio-tímida-meio-educada.

Final de semana farei uma feijoada. Ele pode chamar os amigos. Aposto que vai cantar aquela música do Chico quando eu compartilhar a minha ideia. Ele adora Chico, foi o primeiro presente que me deu na vida, uma coletânea do Chico em um aniversário meu. Definitivamente, farei uma feijoada.

- Estou com sono. Vem dormir agora?

E lá vou eu, mas não devo pegar no sono ainda, vou assisti-lo dormir por um tempo. Acha que não durmo a noite, pois sempre que acorda me flagra fitando o seu rosto.

Por mim, ficaríamos para sempre nessa proteção que desenvolvemos em cada lugar que possamos nos tocar. Afinal, lá fora, o mundo anda tão complicado...

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