terça-feira, 18 de agosto de 2009

Vinte Canções Desesperadas e um Poema de Amor

Berenice
Bem que me disse
Que o amor é tolo
Que amar é tolice
Que de amor não morre,
Tampouco vive
Que é história,
Solfejo prá boi dormir
Por ninguém perde o sono,
Ao deitar na cama,
Logo estará a dormir

Berenice
Bem que me disse
Que amor não faz bem,
Que é refúgio de carência
De quem não tem ninguém
Disse ainda, que
Nunca cheirou rosas,
Muito menos despetalou uma flor
Para saber se a queriam bem

Não leu Neruda,
Ouviu Buarque,
Nunca viu ninguém morrer de amor,
Domingo, no parque
Que é coisa de cinema,
Novela,
Que só há por trás da tela
Não é coisa nobre,
Não é coisa bela
Bocejo em fime de guerra
O que há de mais pífio na face da Terra

Ah, Berenice!
Se soubesses o quanto te amo...